HISTÓRIA & LITERATURA
Angola e a luta anticolonial
IDENTIDADE NACIONAL
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Luuanda
Nos três contos de Luuanda, a identidade nacional se apresenta sobretudo em função da linguagem falada nos musseques e do cotidiano da população da periferia da capital angolana, afetado pelos nefastos efeitos da opressão colonial.
O enredo dos contos reforça a todo momento uma forma de expressão linguística que não se dobra ao idioma do colonizador, por meio das diversas palavras e expressões em quimbundo e das diferentes construções sintáticas da própria língua portuguesa. Para além da linguagem, as situações protagonizadas pelos sujeitos nos contos revelam, em suas particularidades, muito do ambiente de opressão vivido pelos angolanos, expondo uma identidade que se fortalece em oposição ao inimigo colonialista.
O seguinte trecho mostra a truculência de um soldado da polícia colonialista ao lidar com o povo que tentava resolver a questão do ovo e da galinha no terceiro conto do livro, e a partir disso acabou gerando reações dos populares na união contra a violência policial:
— Vocês estavam a alterar a ordem pública, neste quintal, desordeiras! Estavam reunidas mais de duas pessoas, isso é proibido! E, além do mais, com essa mania de julgarem os vossos casos, tentavam subtrair a justiça aos tribunais competentes! A galinha vai comigo, apreendida, e vocês toca a dispersar! Vamos! Circulem, circulem para casa! (VIEIRA, 1982, p. 99)
Sugestão de atividade
Após dividir a turma em três grandes grupos, solicite que cada um deles leia um dos contos. Selecione uma ou duas aulas para que os alunos, separados em seus grupos, entreguem um texto e apresentem suas reflexões a respeito da leitura observando os seguintes aspectos da obra:
- qual(is) os elemento(s) comum(s) na vida das protagonistas dos contos;
- como as dificuldades incentivam a união das pessoas em cada trama.
Referências
VIEIRA, Luandino. Luuanda. São Paulo: Editora Ática, 1982.